NAQUELA MANHÃ
Naquela manhã, seu José sentiu vontade de dormir mais um pouco.Estava cansado porque na noite anterior foi dormir muito tarde.Também não dormiu bem, teve um pesadelo, que logo ao acordar relatou a esposa.
Chegou na empresa e mal cumprimentou as pessoas, pois a agenda estava lotada e era muito importante começar logo a cumprir seus compromissos.
Terminando o almoço, escovou os dentes e voltou ao trabalho,mais papeis para ler; mais decisões a tomar...nem tudo saia como ele queria.Saiu para uma reunião já meio atrasado, não esperou o elevador, desceu a escada pulando , entrou no carro, deu a partida e quando ia engatar a primeira marcha sentiu de novo o mal-estar, agora havia uma dor forte no peito.
As luzes, a claridade das ruas, tudo foi sumindo diante de seus olhos e ao mesmo tempo foram surgindo cenas de um filme que ele conhecia bem: sua esposa, sua neta, sua filha e todas as pessoas de que ele mais gostava.
Por que não tinha ido almoçar com sua filha?O que a esposa tinha dito a ele pela manha? Por que não saiu com os amigos no último feriado?
A dor no peito persistia,mas agora outra dor começava a pertubá-lo: dor de arrependimento.
Escutou o barulho de alguma coisa quebrando dentro do seu coração, e de seus olhos escorreram lágrimas, queria viver, queria ter mais uma chance, queria voltar para casa...mas não havia mais tempo...era seu último dia de vida,mas ele não sabia disso.
Taynara bastos(721)